Em pouco mais de um mês (janeiro de 2021), milhões de brasileiros foram vítimas de dois grandes vazamentos de dados na Internet.
O primeiro deles expôs dados de 220 milhões de brasileiros (vivos e mortos), como nome, CPF e número do benefício do INSS.
O segundo vazamento expôs dados de 102 milhões de pessoas e a base de dados foi o das operadoras de telefonia.
Dados como valor da conta, volume de minutos gastos por dia, número do celular, filiação, data de nascimento, CPF e outras informações podiam ser encontradas na Deep Web.
E não faz muito tempo que o Ministério da Saúde também foi vítima de um vazamento que expôs dados sensíveis de 16 milhões de brasileiros.
O grande temor é que esses megavazamentos possam iniciar uma onda de golpes e crimes virtuais.
É importante estar atento a movimentações financeiras feitas em seu nome.
Registrato pode ajudar a se prevenir contra fraudes
O Banco Central disponibiliza uma ferramenta que permite verificar várias informações do sistema financeiro e monitorar o uso indevido do seu CPF.
Trata-se do Registrato.
O sistema já é disponibilizado pelo BC desde 2014, mas ganhou maior relevância agora, com os megavazamentos que ocorreram em 2021.
Com ele, é possível emitir relatórios online que indicam suas chaves PIX cadastradas, informações sobre empréstimos e financiamentos, relacionamento com bancos e até operações de câmbio e transferências internacionais.
Os relatórios, claro, são sigilosos e só podem ser acessados por você ou alguém autorizado por você.
Por isso, é preciso fazer um cadastro no Registrato a partir do seu celular ou tablet, no internet banking do seu banco ou por meio de certificado digital.
Acesse aqui um tutorial de como se cadastrar no Registrato e acessar seus dados financeiros.
Quais os riscos desses vazamentos
Há muitos riscos envolvidos nesse tipo de vazamento com dados combinados como nome, CPF e data de nascimento.
É possível, por exemplo, fazer um cartão de crédito ou solicitar um empréstimo no seu nome.
Também é possível que o golpista se passe por você e faça assinaturas de serviços na Internet, compras online, ou abra uma conta e a utilize para cometer crimes em seu nome.
Com outros dados, ainda é possível que o criminoso aplique golpes se passando por uma empresa e entrando em contato com você.
Tendo acesso aos seus dados e aos relacionamentos que você tem no mercado, o golpista será mais persuasivo.
E se você for vítima de golpe?
Para saber se você foi vítima de algum tipo de golpe é importante consultar o Registrato.
Verifique se houve movimentações financeiras suspeitas.
Caso você tenha sido vítima de algum tipo de golpe, é necessário entrar em contato imediatamente com a instituição financeira que aparece no relatório do Registrato e informar o fato.
O quanto antes você comunicar o ocorrido ao banco, mais fácil será de controlar os danos e evitar maiores prejuízos.
Caso a instituição financeira não dê um pronto atendimento à sua reclamação, ainda é possível registrar uma reclamação no próprio Banco Central.
Também é importante registrar um boletim de ocorrência, o que possibilitará que você conteste eventuais compras ou movimentações feitas usando seus dados.
Atente-se para a existência de delegacias especializadas em crimes cibernéticos em sua região.
Por fim, em caso de algum tipo de dano causado pelos vazamentos, sejam materiais ou morais, é possível acessar o Poder Judiciário para acionar os responsáveis pelo vazamento.
Lembrando que a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais prevê uma série de obrigações que podem ser aplicadas aos bancos.
Estas obrigações, quando desrespeitadas, são o fundamento para uma indenização em seu favor.