Grandes bancos reservam 72 bilhões de reais para cobrir inadimplência em 2020

Foi noticiado hoje (06/11), pela Folha de São Paulo, que os quatro maiores bancos brasileiros (Bradesco, Itaú, Banco do Brasil e Santander) provisionaram 72,1 bilhões de reais para cobrir eventuais calotes no ano de 2020.

Só o Itaú reservou 24,3 bilhões de janeiro a setembro, pouco mais de um terço da reserva total feita pelos 4 bancos.

“As provisões são formadas por ativos com perdas potenciais. Isso significa que a perda ainda não aconteceu, mas pode acontecer. E apesar de bons indicadores de inadimplência do banco, ainda há muita incerteza no país cujos efeitos não são totalmente claros”, afirmou em entrevista Alexsandro Broedel, vice-presidente de riscos e finanças do Itaú Unibanco.

Apesar dos sinais de que a economia está se recuperando, os bancos são muito eficientes em mapear a qualidade de suas carteiras.

E eles sabem que não vão conseguir receber muita coisa dessas carteiras, o que explica o provisionamento tão alto como o que foi feito.

A expectativa é que 2021 será ainda mais difícil e muitas pessoas não vão conseguir adimplir suas dívidas. 

Isso é o que conseguimos ler nas entrelinhas, uma vez que essa análise não é feita publicamente pelos bancos para evitar dar um sinal ao mercado que está tudo bem em não pagar dívidas, pois os bancos estão provisionados.

Isso também não significa que os bancos não estejam se preparando para receber esses créditos, como sempre o fizeram.

A projeção de inadimplência feita pelos bancos é clara diante do alto valor que já foi provisionado em 2020.

A reserva é estimada a partir dos valores que os bancos estimam que vão perder.

Por isso, é bastante provável que os bancos estabeleçam metas para os gestores diminuírem um percentual específico dessas perdas para 2021.

A boa notícia para devedores e profissionais que atuam com dívidas bancárias é que desse cenário abre excelentes oportunidades de bons acordos.