Revolução bancária deve aumentar concorrência entre os bancos

Se você acompanha o mercado financeiro, já deve ter percebido que se aproxima uma verdadeira revolução bancária no Brasil.

O cenário de pouca concorrência, ineficiência e falta de foco nas necessidades dos clientes deve se alterar bastante nos próximos anos.

A adoção do PIX – sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central – e da sistemática do Open Banking prometem mudar a forma como os bancos se relacionam com seus clientes.

O cenário da concorrência no mercado bancário deve se alterar drasticamente.

Aliás, já tem se alterado com a simples preparação dos bancos para as novidades que se aproximam.

Segue aqui uma breve análise desse novo panorama, que também deve mudar radicalmente a forma como os operadores do Direito lidam com o Direito Bancário.

Revolução bancária: o impacto do PIX e do Open Banking

De um lado, o PIX deve alterar a forma como as pessoas fazem compras e pagam contas, diminuindo muito a necessidade do dinheiro e dos cartões de débito e até mesmo de crédito.

Isso por si só já afeta toda a cadeia de pagamentos, com um impacto que ainda não pode ser medido em várias gigantes do mercado.

Por outro lado, a adoção do Open Banking abre a possibilidade de compartilhamento de dados, informações e serviços bancários pelos próprios clientes, por meio de APIs, que são o recurso tecnológico que possibilita essa “mágica”.

Isso permitirá que as pessoas movimentem suas contas a partir de diferentes plataformas, não só pelo site ou app do Banco.

Posso pegar um histórico impecável de relacionamento com um banco e simplesmente levá-lo para outro, com o objetivo de conseguir mais descontos, melhores condições ou acesso a serviços mais exclusivos.

Não será preciso mais começar do zero, como acontece hoje.

Com um sistema mais flexível, transparente e competitivo, a tendência é que o custo dos serviços bancários para o cliente diminua significativamente.

Para os grandes bancos resta o desafio de se adaptar.

O impacto da transformação no Direito Bancário

O PIX e o Open Banking implicam em redução de custos e ganho de produtividade.

Se os grandes conseguirem se aproveitar disso, diminuirão um pouco o impacto negativo que a concorrência deve gerar em seus negócios.

E quem ganha com isso certamente é o usuário final, ou seja, o cliente.

Resta saber como será o impacto dessa transformação no Direito Bancário.

Uma coisa é certa: com maior espaço para a atuação dos concorrentes, as chances de sucesso de resolver uma dívida bancária por meio da negociação aumentam significativamente.

O comportamento negocial dos grandes bancos deve se flexibilizar.

Com as facilidades de levar a dívida para outro banco, certamente será do interesse das instituições financeiras estabelecer novos padrões de negociação com seus clientes.

Pode ser o caso de haver diminuição no número de ações judiciais envolvendo dívidas bancárias.

Se os bancos já não são afetos à litigância, com esse novo cenário concorrencial a saída judicial será ainda menos interessante.

E os advogados dispostos a atuar nesta seara certamente terão que adotar estratégias diferenciadas para resolver o problema de seus clientes.